LOCAIS ONDE O LIVRO PODE SER ENCONTRADO.






http://www.paubrasil.com.br/descricao.asp?cod_livro=L10793

http://www.livrariacultura.com.br/


Arlequim
Praça XV de Novembro, 48 Parte 01
Centro (21) 2220-8471

Bolívar Cultural
R. Bolívar, 42 Loja A
Copacabana (21) 3208-3600

Dona Laura
Av. Vieira Souto, 176
Ipanema (21) 2522-8362


Entretexto Livraria
R. das Laranjeiras, 363 Lj. B
Laranjeiras (21) 3502-9440


Livraria do Museu
R. do Catete, 153
Glória (21) 2556-5828

Moviola
R. das Laranjeiras, 280 Loja C
Laranjeiras (21) 2285-8339


Ponte de Tábuas
Rua Jardim Botanico 585 A e B (21) 2259-8686

Prefácio
Rua Voluntários da Patria 39
Botafogo (21) 2527-5699

Timbre Livraria
Rua Marquês de São Vicente 52 loja 221
Gávea (21) 2274-1146

Wednesday, October 29, 2008

OVERDOSE DE CACHORROS. MAIS TRECHOS.

Uma vez, virei uma planta por uma hora de sessão. A mulher pensou que eu estava em estado catatônico. Ela ficou nervosa. Foi a mesma coisa que fiz com uma namorada, e ela teve a mesma reação. Fiquei sem falar e parado. Como se tivesse engolido uma baleia. Durante uma hora, a baleia que estava dentro, estava fora, e eu vivi preso dentro de um manicômio. Os manicômios são lugares muito bonitos. São lugares com muitas flores e árvores. Não fiquei num lugar cinco estrelas, também não fiquei no pior lugar, mas vi muita coisa quando Alfonso me dizia que ia para Paracambi. Paracambi é aqui.

Monday, October 27, 2008

RESENHAS.

Há duas resenhas no cyberespaço sobre o meu livro Todos os cachorros são azuis:

A primeira em Cronópios:
O céu está mortoO ensaísta Victor da Rosa estréia no Cronópios escrevendo sobre o livro Todos os cachorros são azuis, de Rodrigo de Souza Leão.http://www.cronopios.com.br/site/resenhas.asp?id=3604

A segunda em Amálgama:

http://www.amalgama.blog.br/ Clicar em literatura.

Visitem e o abraço amigo
do Rodrigo

Sunday, October 26, 2008

MAIS FOTOS.

Suzana e seus olhos azuis que estão no livro.

Dulce, Bruno, Minha tia Rita e eu não tô tão gordo assim.

Friday, October 24, 2008

FOTOS TIRADAS PELA FAMÍLIA.

Eu e Suzana
Todos os cachorros são azuis mesmo.





DIA 18. NO PLAY.

O lançamento do livro foi bem legal. Amigos presentes, família e etc. Fiquei calmo dentro de minha tensão e tudo correu bem. A fotógrafa Cristina Carriconde foi me prestigiar e tirou algumas fotos. Em breve serão postadas aqui. Obrigado a todos que estiveram presentes. O livro agora está à venda no site da 7Letras: http://www.7letras.com.br/detalhe_livro/?id=691
Inclusive há uma resenha escrita por Daniel Lopes sobre meu pequeno livro.
Coisa boa: NÃO PRECISEI TOMAR RIVOTRIL OU LEXOTAM. TINHA-OS NO BOLSO.

Wednesday, October 22, 2008

RELEASE DO LIVRO.

Todos os cachorros são azuis apresenta uma narrativa fragmentada e vertiginosa com toques de sarcasmo, crítica e humor. O romance, dividido em quatro partes, conta a história do protagonista desde a internação em um hospício até a sua saída e a fundação de uma nova religião.
A escrita hábil de Rodrigo de Souza Leão permite que a leitura vá muito além da superfície, e apresenta, através do ponto de vista do paciente, uma visão apurada da sociedade, família, política e o tratamento dado aos internos dos hospícios.
Permeando os pensamentos do personagem, os flashes de sua infância e adolescência aproximam ainda mais o leitor de um mundo profundo e complexo, pouco tratado na literatura com tanto talento e seriedade.

A primeira liberdade é sair do cubículo. A segunda li­berdade é andar pelo hospício. Liberdade, só fora do hospício. Mas a liberdade mesmo não existe. Estou sem­pre esbarrando em alguém para ser livre. Se houvesse liberdade o mundo seria uma loucura com todo mun­do. Eu podendo sair por aí com Rimbaud e Baudelaire. Viajando pra Angra dos Reis.
ISBN 978-85-7577-519-6
80 páginas R$ 25,00
onde comprar: www.7letras.com.br

Tuesday, October 21, 2008

ORELHA DE “TODOS OS CACHORROS SÃO AZUIS”.

Gênero não prende mais Rodrigo de Souza Leão, que, neste admirável Todos os cachorros são azuis, narrativa de estréia do autor, passa por muitas maneiras de narrar, sem se fixar em nenhuma. Por isso, é difícil etiquetar esta narrativa autobiográfica, filiando-a a uma única tradição: decerto é um diário e um libelo contra a doença mental, aparentado com o consagrado romance Hospício é Deus, de Maura Lopes Cançado, porém, é também um relato policial desconcertante, como o Molloy, de Samuel Becckett. Um crime é cometido, mas o crime ocorre no hospício, o assassino e sua vítima são loucos e quem narra a história é um esquizofrênico com distúrbio delirante, como ele mesmo o declara. “A vida é assim: louco com louco”, diz um dos muitos aforismos saborosos que povoam a narrativa.
O humor é um traço a ser destacado, um humor freqüentemente desabusado, cuja inspiração são as histórias em quadrinhos e as comédias antigas, como as do Gordo e o Magro. Todos os homens e todas as culturas convivem no hospício, um lugar amplo e florido, mas que longe está de ser paradisíaco: é lindo como um cemitério. Ali, entre numerosas citações literárias, cenas de filmes e telenovelas, clichês, grosserias e delicadezas, deparamos, num dos pontos altos do livro, com uma alegoria carnavalesca, carioca: o hospício é a modernidade “louca”, a América Latina de hoje. Baudelaire, um dos personagens mais sombrios deste texto, assiste, mas “não deixa seu olhar fundar a modernidade” – já estamos na pós-modernidade terceiro-mundista.
Num tom cada vez mais alucinado e contagiante, a narrativa conclui com chave de ouro: entre ficção científica e fábula nonsense, Rodrigo cria uma impagável linguagem inumana, digna de Lewis Carroll. É a língua que um promissor líder religioso, curado ou ainda mais louco, divulga para seus infinitos adeptos, cada vez mais fervorosos: os humanos e os não-humanos da América do Sul enfim se irmanam – e uma catástrofe sobrevém. Como o leitor descobrirá.

Sérgio Medeiros

Monday, October 20, 2008

HOJE É O LANÇAMENTO DE MEU LIVRO.



Botaram tubos em mim e começaram a fazer sucção. Fui abduzido por extraterrestres.
Eu via uma luz passando pelo meu corpo de menino de cinco anos e segurei meu cachorro azul. Desmaiei por alguns segundos. Depois Fronsky estava lá.
Voltaremos para te buscar quando você tiver 18 anos.
Macas por todo o campo. Gente andando com soro dependurado. Tubos saindo da boca de extropiados. Tudo ali era Acneton. Da minha veia, tiraram o meu sangue. Eu agora estava indo tirar uma chapa torácica. Como é que um cara gordo como eu pode sofrer com algum problema que não seja obesidade? Eu deveria estar num spa, e não no Miguel Couto com aquela crise de dengue. Uma samambaia começou a crescer do meu lado, feito um pé de feijão. Eu fui subindo as escadas, ancorado por dois médicos fortes e gordos como eu. Havia toda aquela gente pobre, superpobre: aquilo era o Brasil. Uma zona total. Gente caída no chão. Gente chegando morta. Gente morrendo. Uma fileira de corpos deitados com etiquetas nos pés. Todos munidos de seus prontuários. E aqueles médicos tão jovens, que não sabem muito mais do que eu sei de biologia, fazendo gozação com a sua cara.
Olha que cara gordo!
Que homem gordo!
Que baleia!

Saturday, October 18, 2008

TRECHO DE TODOS OS CACHORROS SÃO AZUIS.

Quando cheguei em casa nunca havia ouvido tamanho silêncio no meu quarto. Havia recebido alta há poucas horas. Dessa vez o nosso carro não foi seguido por ninguém. Não via Rimbaud e Baudelaire há alguns dias. Quando se têm companhias tão fortes assim, e se tem uma vida em comum, sentimos falta dos amigos. Meu cachorro azul estava lá, encardido pelo tempo, contando muitas histórias.
Andava pela casa e me sentia um ser livre. A liberdade estava nas pequenas coisas: ver os e-mails, abrir a geladeira. Agora era preciso ser mais saudável. Abrir as coisas. Fui abrindo a caixa de fósforos. Abri o gás. Abri o fogo. Abri a caixa com incenso. Fui abrindo, abrindo, abrindo como se estivesse abrindo e descobrindo as coisas pela primeira vez. Parecia que tinha ficado um século fora de casa. Estava tudo igual, mas diferente.
Era uma borboleta borboleteando pelo campo minado, pela zona de força, pelo local onde ocorreram todos os meus escândalos. Estava de volta à minha vida.
Botei uma pizza no forno. Finalmente, ia comer alguma coisa que me apetecia. Devorei a pizza feito um viking comedor de codornas assadas. Depois, deitei-me pra dormir.
Os remédios me faziam tremer e babar.
A noite chegou veloz. Bati um prato de legumes e salada, de lanche. Fui para o meu quarto e dormi.

Friday, October 17, 2008

Lançamento de meu livro. Dia 18.


Thursday, October 16, 2008

O TEMÍVEL LOUCO E OS CACHORROS.

O Temível Louco começou a comer tudo o que via. Mordeu a falangeta de um outro louco. Foi repreendido por enfermeiros. Todos os enfermeiros eram gordos. Os que não eram gordos eram fortes.
Eu sempre dava um cigarro para um louco que, na hora do almoço, dava cabeçada nas paredes. Imagina se esse doido fosse jogador de futebol. A cabeçada dele ia ser poderosa. Acostumado a cabecear paredes, ele ia estourar todas as bolas que cabeceasse. Quem sabe a seleção brasileira não o convocaria?
Toma um cigarro. Fuma o cigarro todo. Vê se não dá mais cabeçada na parede.

Wednesday, October 15, 2008

MAIS TRECHOS DE TODOS OS CACHORROS SÃO AZUIS.

Um dia completei um triatlo e terminei entre os primeiros da minha categoria. Estou gordo agora e dormindo como no dia do triatlo. Vivo sedado e cheio de doses altas de remédio na veia. Tudo para ser invadido por uma música, tudo pra manter a boa ordem do estado. Somos a minoria, mas pelo menos eu falo o que quero.
O bom do cachorro azul era que ele não crescia e não morria. O negócio era eu cuidar para que ele não envelhecesse. No ano 2000, vou ter 35 anos. Estarei tão velho que mal saberia disso. Eu escovava a pelúcia do bicho. O cachorro azul era a minha melhor companhia. E se existisse mesmo um cachorro azul? Seria do grande caralho ter um. Será que se ele tivesse um filho, nasceria azul também? Se ele pudesse latir e pudesse comer, o que comeria um cachorro azul? Alimentos de sua cor? E quando adoecesse, tomaria remédio azul? Muitos remédios são azuis, dentre eles o Haldol. Eu tomo Haldol para não ter nenhuma ilusão de que morrerei louco, um dia, num lugar sujo e sem comida. É o fim de qualquer louco. Uma oligofrênica, dos seus setenta anos, uniformizada, surge diante dos meus olhos e me dá um beijo na boca. Vejo estrelas cor-de-rosa. Elefantes carregando Rimbaud na África. Verlaine comendo sua mulher, mas pensando em Rimbaud. Eu estou pensando em Nastassja Kinski e seus seios pequeninos em flor. Eu estou no lado escuro e mal posso me mover, mas dá para eu me masturbar muito devagarinho. Eu gozo e minha mão fica toda branca, tomada de sêmen. Minha mão vira uma luva branca. Eu acordo às cinco horas da manhã com o esporro colossal de um enfermeiro. Durmo mal. Acordo mal. Não sei qual dos dois pesadelos é o pior: acordado ou dormindo. Saio da jaula. Já estou na jaula há um bom tempo. Quando me tirarão de lá e me deixarão ficar com os outros? Entro na fila para tomar um café da manhã. É um café com leite que tem mais água do que leite e um pão com uma passada de manteiga na ida. Eu pago para estar neste lugar, mas só a ida da faca com manteiga no pão está nos custos. Hoje eu acordei querendo dizer coisas bonitas. Aproveitei um pouco de tempo que me deixaram livre do lado de fora e apanhei uma flor no jardim. Levei a flor para o quartinho. O enfermeiro encrencou com a flor. Deu-me outro esporro.
O LIVRO PODE SER COMPRADO NO SITE DA 7Letras: http://www.7letras.com.br/

Tuesday, October 14, 2008

SEMANA DE LANÇAMENTO DO MEU LIVRO TODOS OS CACHORROS SÃO AZUIS.


Tudo ficou Van Gogh


Engoli um chip ontem. Danei-me a falar sobre o sistema que me cerca. Havia um eletrodo em minha testa, não sei se engoli o eletrodo também junto com o chip. Os cavalos estavam galopando. Menos o cavalo-marinho que nadava no aquário.
Ele tem um problema mental. Será que tem alguma seqüela? No fundo deste meu mundo, lá no quarto escurecido por doses de Litrisan, veio um psiquiatra e baionetou uma química na minha celha esquerda. Enquanto outro puxava a minha banha, esticando e esticando para que não sentisse a injeção de Benzetacil.
Benzeta.
Benzeta.
Uma dor imensa na bunda. Tudo girando ao meu redor e eu girando também. Tiro uma meleca e coloco na mesa do canto, bem longe da escuridão no quarto. A escuridão é asséptica. Só o pessoal de branco pode freqüentar aquela linha impura. Seguram-me de novo. Recebo o beijo de minha mãe. Deve ser dia de visita. Acordo e como uma lasca de goiabada com o sanduíche de atum que mamãe trouxe para mim. Escuto uma música tão alta que não entro nos meus pensamentos e estou fora, agora a cocaína não vai chegar. A conexão foi interrompida.
Mamãe mal chega, mal vai.
Ele continua achando que engoliu um chip.
Ela diz que tudo começou há uns dez anos, quando eu achei que havia engolido um grilo.
Quantos grilos você me fez engolir, filho.
Minha mãe disse isso afagando meus lábios e me dando um beijo na bochecha. Por alguns segundos lembrei-me de algo que havia acontecido no dia anterior. Eu havia quebrado toda a casa com uma fúria gigantesca. Nunca mais tomo Haldol na minha vida.
Foi por você não ter tomado o Haldol que você ficou assim, diz o chip. E eu começo a falar: Só no Anhembi é tupi. Só no Anhembi é tupi.
O engolidor de espadas engole uma nesga de fogo por vez. Tá todo mundo engolindo alguma coisa neste exato momento. É hora do jantar. Mamãe se foi. A música volta a me colocar fora de mim.
Entro no quarto. Tiro o pau pra fora e começo a bater uma punheta. Dança da motinha. Dança da motinha. Eu engoli um grilo quando tinha meus 15 anos de idade. Foi a primeira vez que consegui conviver comigo mais intensamente. Salvei uma casa do cupim maldito que queria destrui-la. Eram cupins gigantes. Tenho certeza de que salvei aquela casa. Tenho certeza de que por alguns segundos fui Jesus Cristo.
Ainda continuo na jaula. A minha boca está fechada com uma mordaça. Meus pés estão presos.

Monday, October 13, 2008

O PUMA.

1
criar é espetar o silêncio
ouvi-lo gritar de dor e continuar
a tirar do ar: o silêncio

nunca me ouço quando escrevo
a não ser quando não sou, sou
se sou alguma coisa não é pra mim

eu sou um nada cheio de nadas
e cortes e nervuras e tonturas
que me torturam e a quem me lê

escravo do que digo: não me esquivo
no que sei pois se sei nada: tudo serei
breve encanto no olhar do puma

breve vôo de chão da pluma

2

no olhar do puma
há um desejo enorme
pelos bolos pullman

no olhar do puma
algo que me guia
como um ima-

nhã

no olhar do puma
um desassossego
como um olhar fóssil

filho do inexato
no olhar do puma
que me olha dócil

mente

quer olhar pra mim
para burilar-me
no infinito suado
daquela chuva

pois quando me atacar
que azar

darei asas ao quasar

fugirei do puma
sairei dessa para uma

mônada melhor

Friday, October 10, 2008

Lançamento de meu livro. Dia 18.


Tuesday, October 07, 2008

NU.


Sobre tudo
o sobretudo
não sabe nada
Sobre corpo
o sobretudo
caiu bem

Sunday, October 05, 2008

ALGUNS.

Não adianta nada
Ser
Uma grande
Pessoa
E um péssimo
Artista

Não adianta nada
Ser
Uma péssima
Pessoa
E um grande artista

Adianta menos ainda
Ser
Um péssimo artista
E uma péssima
Pessoa

Saturday, October 04, 2008

O NADA AO QUADRADO.

Roubaram os óculos de D.
Na praia ele já não vê o mar.

Também, por que está de costas
para as ondas ou meio de lado?

D. está de pernas cruzadas q
se misturam como se fossem

uma só. Que se desequilibram
equalizando: toda madrugada é

uma só. Passo por ele e sento ao
seu lado. Dou uma topada numa

pedra portuguesa quando levanto
e digo tchau. Empresto-lhe meus

óculos. Mesmo assim ele não me vê
e nem o mar que é todo você.

Thursday, October 02, 2008

 
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