ARTE


Eu não sei captar lei
Capitularei

DESEQUILÍBRIO

A esquadrilha da fumaça polui
Tanto
O ambiente
Mais que um baseado
E ainda faz manobras de guerra

?

Um canguru
Pula mais que um cervo
Que pula mais que uma mola
A zebra é preta ou branca
Qual o caminho da boceta
É mais fodido e fedido
Para uma boca animal
Tudo é perguntar
Nem sempre com interrogação
Que é algo
A mais
Há mais??????????????????????????

DEPOIS DA MORTE

Se pudesse decidir pra onde ir
Riria

Thursday, June 29, 2006

COPA DO MUNDO 4

O time jogou muito mal, muito. Foi o pior jogo até agora. Deixou Gana jogar com gana. Dida salvou o Brasil umas quatro vezes. Haja Lexotam 6. Por que o país não se une tanto para fazer um país e só se irmana numa Copa do Mundo? O futebol é como a vida. Nem sempre os melhores ganham. Viva Gana e sua valentia e seu futebol pra frente e seu toque de bola. A seleção brasileira jogou no contra-ataque. Na encolha. Esperando para dar o bote. Mas este time ainda não convenceu. Tomara que o Robinho volte logo. Ronaldo, mesmo fora de forma, é o maior artilheiro de todos os tempos. Tem que tirar o chapéu pro fofucho. O gol de Adriano valeu, mas ele estava impedido. Placar moral Gana 4 x Brasil 2. Mas continuamos na vida de torcedor sem distorcer. Gana chuta mal a gol. Kaká não jogou bem. Cadê o nosso toque de bola? Ronaldinho Gaúcho não foi o mesmo de outros jogos. Um dia ruim. Zé Roberto foi eleito o melhor do jogo. É preocupante. Ainda bem que tomei Haldol hoje!

Tuesday, June 27, 2006




Tudo ficou dourado. O céu dourado.
O Cristo dourado. A ambulância dourada.
As enfermeiras douradas tocavam-me com suas mãos douradas.
Tudo ficou azul: o bem-te-vi azul, a rosa azul, a caneta bic azul, os trogloditas dos enfermeiros. Tudo ficou amarelo. Foi quando vi Rimbaud tentando se enforcar com a gravata de Maiakovski e não deixei.
Pra que isso Rimbaud? Deixa que detestem a gente. Deixa que joguem a gente num pulgueiro. Deixa que a vida entre agora pelos poros. Não se mate irmão. Se você morrer não sei o que será de mim. Penso em você pensando em mim.
Rimbaud tudo vai ficar da cor que quiser.
Aqui não dá pra ver o mar. Mas você vai sair daqui.
Tudo ficou verde da cor dos olhos de meu irmão e da cor do mar. Do mar. Rimbaud ficou feliz e resolveu não se matar.
Tudo ficou Van Gogh. A luz das coisas foi modificada.
Enfim me deram uns óculos.
Mas com os óculos eu só via as pessoas por dentro.

Sunday, June 25, 2006

COPA DO MUNDO 3

Finalmente o Brasil jogou. Os samurais não conseguiram conter Ronalducho e seus blue caps. É sempre estranho ver o Brasil jogar com calção branco. Parece a seleção do Vaticano. Foi um dia bom para a seleção. Os reservas mostraram que são melhores que os titulares. Repetiu-se o time da Copa das Confederações e a boa atuação veio. Ao invés de tomar 4 Lexotans, tomei 2. O 1x1 do primeiro tempo era injusto. A torcida brasileira ficou calada ouvindo os japoneses gritarem alguma coisa parecida com “Zico, Zico”. Zico foi o maior jogador que vi jogar e o maior ídolo do meu Mengão. Ele cantou muito o nosso hino nacional pelos gramados do mundo e, hoje, não foi diferente. O cara é um exemplo. Como disse um comentarista outro dia: “Se o Zico não ganhou uma Copa do Mundo, azar da Copa do mundo”. Hoje o escrete jogou que nem meu Rivotril, guardado para alguma ocasião de tensão. Foi forte. Incisivo. Jogou bola. O problema agora do Parreira é maior. Quem escalar? Juninho jogou muito. Eu desfazia o quarteto mágico e o seu abracadabra que nunca foi mágico. O Fenergam é mais um remédio amarelo que me impede de tremer tanto durante os jogos. Tremo já o suficiente. Que venha Gana, sem tanta gana assim, por favor.

Thursday, June 22, 2006

COPA DO MUNDO 2


Vencemos. Ronaldo mais atrapalha do que ajuda. Sufoco de novo. Dois a zero contra os fisiculturistas australianos. Nunca quis perder e nunca saí ganhando em nada. Sou um fracasso. Projeto na seleção. Ainda um projeto de equipe. A camisa amarela está lá. Repousa. Será que vou usá-la? Já disse q só ponho o amarelo se o Brasil for campeão. Um Lexotan verde, o de seis miligramas. Pelé que recebeu a alcunha de poeta, quando calado, acertou uma: o Equador está surpreendendo. Ronaldo tava com trique-trique. Ele disse que não vomitou no primeiro jogo. O jornal italiano diz o oposto. Ser ou não ser: o doente sou eu ou o Ronaldo? Manda um Gardenal na veia que ele melhora. Eu nunca tomei Gardenal, mas dizem que faz um bem danado. Tudo vale a pena quando a alma não é de adrenalina. A Alma apenas é. Sempre conheci os que levaram porrada. E a Austrália veio com tudo. Deixou marcas na canela dos brasileiros. Eles queriam ficar no nosso corpo feito tatuagem. A imobilidade do Brasil em campo é um reflexo da apatia do governo brasileiro. Ninguém se movimenta. Adriano num é ponta e quer jogar com Robinho. Deixa Parreira. Deixa o Robinho jogar desde o início. O time tem que mudar pra enfrentar o Japão. Acertar o time para as oitavas. Roberto Carlos, por enquanto, é só um cantor que é chamado de rei. Muda a seleção. Acho que não tem o Bagio nesta Copa para perder outro pênalti. Até o Obina, do Mengão, está melhor que o Ronaldo. Num teima tequinicu! Parreira tem uma cara melancólica. Toma um Lítio, meu caro. Esse cara é bipolar, hein!!!!!!!!! Vou ver o Raul Gil que me dá mais alegria.

Sunday, June 18, 2006



No aquário os peixes brisam
levando flâmulas e bandeiras

Essa bebedeira nunca passa
o porre parece ser eterno

Dia após dia vomito ventres
já não tenho um corpo material

Ser uma pétala ou página branca
bailando no vento do rabo do peixe

Thursday, June 15, 2006

COPA DO MUNDO 1

Ganhamos. Sufoco total. Dia do jogo do Brasil. Eu me preparei para esta Copa do Mundo. Comprei até uma camisa da seleção, mas só vou usá-la se o Brasil ganhar o caneco. Gosto de amarelo. A gravata de Maiakovski era amarela. Era a gravata que ele mais gostava. Na verdade era um pano que cortou e usou como tal adereço. Tomei um Lexotan e mais os remédios de praxe. Consigo enxergar com os meus óculos a gordura de longe. Ronaldo está tão gordo quanto Lula. O Lexotan é um remédio inofensivo que muita gente não toma para não perder a memória. Pra que serve a memória? Só serve pra eu lembrar de meus traumas. Todas as gaiolas voam. Sou um canário preso. Mas faço tudo voar dentro e fora. Voa canarinho, voa. Por isso tomo os remédios sem medo de ser feliz. Mas num sei se voto no Lula de novo. Aliás, eu não voto. Estou muito velho para isso e não pretendo fazer nenhuma viagem ao exterior. Só saio para ir ao jornaleiro para comprar jornais sobre o futebol. Vi quase todos os jogos até agora. Torci pelo Zico. Mas até agora surpresa mesmo só Trinidad Tobago! Não tenho nenhuma informação sobre Trinidad. Não quero pesquisar na Internet. Estou farto de pesquisas. O quarteto mágico deve estar no Google. E foi um membro do quarteto que, aos 43 minutos do primeiro tempo, deu a vitória ao Brasil. Kaká fez uma boa partida e Dida fez boas defesas. Foram os melhores. Um jogo duro é bom pro brasileiro ver q o time do Brasil não é isso tudo. Tem a Itália, a República Tcheca, a Argentina, a Holanda. Há outros times. Foi bom para tirar o peso de favorito. Para tirar a nhaca. Robinho tem lugar neste time. Pedala Brasil. Enquanto isso, enquanto espero os outros jogos achando que o nosso time tem que melhorar, tiro a camisa de força e o coração na boca pulsa de nervosismo. Mais um Lexotam e tudo bem. Que venha a Austrália e seus gangurus assassinos de camicases. O país se nutre do caos que gera. O Haldol é um remédio azul, bem que poderia ser amarelo.

Wednesday, June 14, 2006





Hoje em dia, quando alguém está doente, a família chama a polícia.

A polícia vem e bate um papo com o cara. Se for preciso, colocam a camisa de força.

Não tinha como resistir: eram três caras mais fortes do que eu.

Eles me levaram junto com o meu irmão. Acharam que eu não tinha nada, mas meu pai sentia um medo danado que eu fizesse alguma loucura.

Mas eu era um perigo só para mim mesmo.

Do meu começo podia sair o fim, mas não quero rimar pobre com nobre em versos de impacto, só quero um pacto entre mim e você.

Jamais poderia dizer que só faria mal a uma mosca.
Eram centenas e centenas delas, matei algumas por prazer.

Thursday, June 08, 2006



TORTA TORTA

Uma pitada de pó de abismo. Uma colher de sopa de farinha de fogo. Dois litros de leite de fósforos e cigarros picados ou moídos no liquidificador. Um cinzeiro de cristal triturado. Duas porções de batata frita em banha de crepúsculo. Duas bananas de dinamite. Uma dose de destilado de tornado. Cinqüenta colheres de AR-15. Alguns motivos pra viver em guerra. Outros tantos de rosas de chocolate. Um Impare State Building. Duas tochas de adrenalina. Alguma química de estrelas e buracos negros ao molho pardo. 20 litros de catarse. Cinco motins num espaço de um beijo. Um trovão. Um cavalo branco empalhado. Uma múmia viva. Quatro nozes de água benta. Uma flor de cianureto na lapela. Meia torre de Pisa inclinada. Dois Van Goghs al dente. 211 bispos sardinhas fritos. Outra porção de goiabada com nuvem. Quatro escorpiões mascando chiclete. Cinqüenta leões defecando o horizonte. Um mar de Fernando Pessoa. Quatro braças de braços da Vênus de Milo. 1 quilometro de algodão doce. 24 brigadeiros de terapia de grupo. 29 semanas sem beijar. Uma folha de olhos esbugalhados. Algum poema que termine no fim.

Friday, June 02, 2006

 
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