Andei hospedado no Nada
Andando em círculos concêntricos
Estiquei demais a empada
Sou um ser excêntrico
Detesto ser o centro
Prefiro guardar distância
Essa que guardo lá dentro
Lembro da minha infância
Onde todos os cachorros são azuis
E todas as vacas são sagradas
Meu pai vê minha garganta com pus
E minha mãe é internada
Junto comigo carrego problemas
Milhares de coisas que me dividem em mil
Um lindo par de algemas
Me prende ao infinito do seu olho anil
Eu quero sair de onde estou
Mas não sei bem qual o lugar
Onde devo levar o meu soul
Canto apenas por cantar
Por que gosto deste hospício?
É, pelo menos, um local verdadeiro
Desses que levam a um precipício
E vicia pelo mau cheiro
Saiba, não sei me cuidar
Pouco sei desta existência Febril
Às vezes me falta o ar
E sempre estou por um fio
FIO INVISÍVEL.
Posted by Rodrigo de Souza Leão at 6:12 AM
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