prenhe de poesia
cataplasma
catapulta o poeta
sampleador
da rima
nasce o poema
e a armadilha
e dentro do alçapão
a poesia
busca o poeta
e é só sutura
aquilo q está
de armadura
pronto pra lutar
e lapidar
o verso e o vaso
e a veia
até escultura
poema
Posted by Rodrigo de Souza Leão at 10:45 AM 0 comments
sonoro fim das estalactites
que em brisa brigam de ceifar
que ejaculando para dentro
explodem-se de uma antiluz
ó antiluz que navega o fim
de alguma bruma divisora
divisória do que taquigrafia
alguém algum dia orquideou
de dia na visão simplória
do afago da lua para besta
delineou seus olhos sol
e algum batuque sincopado
da água com a plêiade vária
é vero que produza vagas
Tuesday, April 24, 2007
Posted by Rodrigo de Souza Leão at 8:45 AM 1 comments
GOSMA
gosma de silêncio: nóia
ficar mastigando um palito de fósforo
procurando em si uma respiração
encontrando o próprio bafo
na ponta do nariz alheio
ser a melhor parte do bolo
o recheio
Thursday, April 19, 2007
Posted by Rodrigo de Souza Leão at 10:30 AM 3 comments
TANTO BATE ATÉ QUE ÁGUA
A gota
Guarda
Um guarda
Dentro dela
Cacetetes
E porrada
Quando ela
Explode na testa
O corpo
Todo
Sente
Que seria melhor que ele
Fosse feito de água
Também
(o que às vezes acaba
acontecendo)
Thursday, April 12, 2007
Posted by Rodrigo de Souza Leão at 11:21 AM 2 comments
ECLIPSE - PARTE DO HOMOCHIP
1
engoli um chip
um eletrodo
engoli-o todo
hoje não cuspo
bolas de sabão
hoje só cuspo
o que tem no chão
no chão do chip
no chão do eclipse
tal língua de iguana
ou de camaleão
(que é como se chama
o novo vírus que com o chip
eu engoli)
engoli o sistema
cuspo algemas
sem reticências
pra não prolongar
a eternidade
que é estar num chip
2
pra sempre é só
até a morte
pra sempre só
além do depois
algum sentido
procuro na avaria
haveria algum
dilema maior?
3
cintilam cintilantes tropas de sargaços
creme com amêndoas no pudim
as amêndoas me lembram o chip
aquele que eu um dia engoli
como viver sabendo que alguém
é quem manda em mim?
e que só sou eu por alguns instantes
quando não penso que engoli o chip
por isso o fato de ter engolido um chip
pouco importa se é verdade ou não
o que importa é que sou uma rosa
e tenho no talo um chip em botão
e o que faz vou sabendo na medida
em que vai fazendo suas monstruosidades
são sempre coisas que eu quis mas nunca
tive coragem de fazer por dor ou dó
4
por dor ou dó
ou por pudor
pouco se faz
muito se rói
quanto osso
quanto ofício
quanto buraco
sem precipício
5
em mim cio
do contrabando de mim
ao caos
da canção caliente goma
se enrasca no aroma
e conta e assoma que ser
é muito mais não ser
por isso se morto agora
ou se na hora do desuso
pouco importa de estou
vivo ou se uso os dez
por certo uso de minha
neuronicidade vã
Tuesday, April 03, 2007
Posted by Rodrigo de Souza Leão at 9:42 AM 1 comments