BRINCAR DE VIVER.

BRINCAR DE VIVER.
Por Rodrigo de Souza Leão


A minha sobrinha Marina

BRUXINHA.

A bruxa
Sem a sua
Vassoura
Não limpa
A poeira

E não voa


A BOLA.

A bola
Murcha
Não quica,
Não pula.

A bola
Redonda
É balão:
São João.

A esfera
Não bola,
É remédio:
Pílula.

Cuidado!
Nem tudo
Redondo
Engula!

Vide
Bula.

GUIAR.

O Sol
É amarelo.

O Sol
É sincero.

Amarelo
E sincero
Como o Sol

Só o brilho
Dos olhos
Do farol.

BEM-TE-VI.

Desenhar é existir.
Pôr no papel o colibri.
Este voando dentro de ti.
Ou seria um
Bem-te-vi.

REALIDADE.

Povo não é polvo.

Polvo tem tentáculos.

Povo, obstáculos.

PAZ.

A Terra
E a guerra:
Palavras
Tão iguais

São tão
Diferentes
Como
Os animais

Para que
Guerra
Se há
Terra demais?

Para que
Guerra.
Não somos
Animais.


OLHOS.

A folha reflete o céu.
Enfim,
Seus olhos
Desenhados
No papel.

BADULAQUE.

O brinquedo
Fica mudo
Embrulhado
Por papai Noel.

Quando chega
Faz barulho.
Brincadeiras
Traz do céu.

BRINCAR.

Eu brinco com o meu brinco.
Brincar é o que faço.

Só não brinco quando minto.
Assim me sinto: um palhaço.

TÍTULO.

Brincar é respirar o azul do céu e do mar.

Sonhar... E quem sabe navegar e ver cores surgindo no infinito.

Bonito!

Falta botar no poema um bom título.

INFINITO.

Na marina
Ficam
Alguns barcos

Descansando
Do horizonte.

Desiluminando...

Irão:

As nuvens
Ser dos mosquitos

E os navios
Do infinito.

REFLEXO.

No espelho
O meu olhar
É tão meu:

Bem
Maior
Seu.

GROENLÂNDIA.

A mentira cresceu tanto
Que as formigas viajaram,
Via espirro,
Até a Groenlândia.


COMER.

Comer é tudo que quero na vida.

Comer faz muito bem a barriga.

Criança alimentada como eu:

Forte e feliz cresceu.

O REMÉDIO E O POEMA.

Tomar os remédios é meu lema.

Comer feijão eu não esqueço.

A saúde é um poema.

Não tem preço.

O COMPUTADOR.

O computador faz o que a gente sabe fazer.

Não adianta pedir para ele escrever.

Nada tem a dizer. E você?

ELEFANTE.

O elefante
Adiante
É o infinito
Gigante.

ESTRELA.

A estrela do mar
E a estrela do céu...

Uma sorriu para a outra.

Há muito brilho no céu e no mar.

Quem sabe as estrelas não querem brincar.

AS VOGAIS.

AS CINCO VOGAIS:
A
E
I
O
U,
PINTARAM-SE DE CINZA.

NÃO VIRARAM CONSOANTES
E SIM: ELEFANTES.




BRANCO.

O cabelo branco do vovô
É nuvem:
Camuflagem de disco voador.


A LÂMPADA.

A eletrônica que o diga.

Se acender

É coisa antiga.

Hoje:

Tudo liga.

O NORMAL.

TODOS FICAMOS VELHOS CEMITÉRIOS.

AONDE VAMOS MISTÉRIOS.

HÁ VIDA NAS BEXIGAS DE HÉLIO?

ELAS SOBEM SEM CRITÈRIO


DIREITO.

Toda a criança tem direito à vida.
Tem direito a brincar.

Com o avião de voar,
O boneco, a boneca, o papagaio e a peteca.

Toda a criança sapeca deve ser
Um bom moleque
E uma boa moleca.

ARMAS.

Parece uma besteira
Brincar com armas de madeira.

A fraternidade é o que vale na brincadeira.

Mesmo de mentira
Não atire sua ira.

Há brinquedos mais bacanas.
Há bananas de pijamas.

VERGONHA.

O cabelo do toureiro é louro.

De príncipe.

Por que faz isso com o touro?

BRIGUINHA.

- Tira a mão da boca!
- É meleca?

- Não se mete. É chiclete.

AUTORAMA.

Os sete anões eram oito?
Os dez trabalhos dezoito?

Mentira!

Só os mosqueteiros não eram três.

Existem quatro no retrato.

LER É LEGAL.

Ler é preciso
Para saber o valor de um sorriso.

Para ficar mais inteligente
E preciso.

Ter a cabeça calma e clara como a garça na Lagoa.

Ler é diversão e viajar dentro de si.

Ser para sempre uma garça, um bem-te-vi.

CHULÉ.

Por que não lavar o pé?

A sujeira traz doenças e chulé.



Olha o sapo e suas rugas.
Não fosse quem é

Seriam absurdas?



FIM.

O FIM É UM CÍRCULO ONDE TUDO COMEÇA

SEM PRESSA.

Sunday, May 31, 2009

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