Silêncio. Ela está falando pelos cotovelos.
Cada cotovelo diz uma coisa. O esquerdo
diz que não. O direito diz que sim. Apesar
de ser um segredo o que os cotovelos pensam.
Existe um segredo ainda maior dentro dela.
Ela diz que me ama e isso seria o suficiente.
Mas como preciso de enquantos vários. Vou
enquanto fogo me queimando de silêncio.
Enquanto água vai deixando que o contorno
de meu corpo vá se aproximando e tocando
aos poucos as bocas dos cotovelos e vendo
que assim evito um pouco que ela fale que
ela diga o que quer porque sai do cotovelo
para fora. Para dentro há o fogo que consome.
Há os filhos de um outro homem que também
lhe fala melhor. Os cotovelos têm ouvidos
também. E os tambéns não têm sentidos iguais.
Os cotovelos, os tambéns são as bocas dos
enquantos. Enquanto isso nasce um ventre do
chão. E o chão é onde começa a filiação.
Enquanto caibo em mim vou bem e o problema
é quando deixo meu cotovelo perto do dela e
ele menstrua um silêncio eterno contido num
dó de peito. Aí o cotovelo canta. É o fim.
ERAM SÓ COTOVELOS.
Posted by Rodrigo de Souza Leão at 5:52 AM
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