1
criar é espetar o silêncio
ouvi-lo gritar de dor e continuar
a tirar do ar: o silêncio
nunca me ouço quando escrevo
a não ser quando não sou, sou
se sou alguma coisa não é pra mim
eu sou um nada cheio de nadas
e cortes e nervuras e tonturas
que me torturam e a quem me lê
escravo do que digo: não me esquivo
no que sei pois se sei nada: tudo serei
breve encanto no olhar do puma
breve vôo de chão da pluma
2
no olhar do puma
há um desejo enorme
pelos bolos pullman
no olhar do puma
algo que me guia
como um ima-
nhã
no olhar do puma
um desassossego
como um olhar fóssil
filho do inexato
no olhar do puma
que me olha dócil
mente
quer olhar pra mim
para burilar-me
no infinito suado
daquela chuva
pois quando me atacar
que azar
darei asas ao quasar
fugirei do puma
sairei dessa para uma
mônada melhor
O PUMA.
Posted by Rodrigo de Souza Leão at 11:04 AM
3 Comments:
o puma é a pluma dos seus poemas
você é poeta não se negue
mergulhe no olhar do puma
você e ele são um poema
DUAS PALAVRAS SÕ:
DU CARALHO
uma palavra apenas: GENIAL.
você é muito bom, rodrigo.
um grande abraço
jorge vicente
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