Inspira um segundo o ar da manhã
Sente o olfato dos carros passando
Daqui de cima não dá pra lhe ver direito
Você é tão minha que é quase a ponte inteira
Um abismo de leões e dragões rugindo
Um caminhão de suicidas pedindo auxílio
Um beijo que o chão me deu aos sete anos
Depois: algum flanelinha flanando o amarelo
Dizendo pr`eu botar meu carro aqui
Bato parado carreiras de insanidade
Me dizem para pular em mim mas é um lugar tão deserto
O escuro da noite sobe pelas escadas
As sirenes do bombeiro
O escudo da tropa de choque
O choque que já levei um dia
Tudo isso lhe circunda e você foge de mim como de uma locomotiva
Eu venho vindo em direção contrária
Ainda encontro tempo para sentir o seu perfume
Dedico um segundo a guardar o seu cheiro
Depois vomito tudo antes que me beije
Tão decentemente que me enjoe
CANÇÃO PARA UM AMOR NAUSEABUNDO.
Posted by Rodrigo de Souza Leão at 8:31 AM
2 Comments:
no escuro da noite
tudo é ruim
vomitar é acontece muito
E o poeta regurgita, aplana-se, despe o estômago e assa morcelas. Tudo é tónico quando se lida. Tudo o que li foi um tónico, aqui. Obrigado. Abraços d´A SEIVA
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