Um homem alto e forte apontava uma arma sofisticada para a cabeça de um senhor os seus oitenta anos. O homem alto e forte tremia. Suas veias pareciam pular da face como que armadas também. Ele vociferava e pedia ao velho que passasse tudo que desse tudo que fosse o mais rápido possível que tudo estava por um triz. O velho pedia calmo e com atitudes lentas de velho: pedia que o homem alto tivesse calma que o homem alto não atirasse que ele iria passar tudo o que tinha para ele, pois a sua vida era importante. O homem alto e forte tirou o relógio do velho e a camisa e o suspensório e a calça e a carteira. O velho ficou só de cueca enquanto o homem forte contava o dinheiro e queimava as roupas do velho. O homem alto e forte que havia roubado tudo do velho deixou o velho caído depois de um soco e sumiu nas esquinas seguintes. Quando eu encontrei o velho queria saber o por quê que o velho estava rezando naquele momento se ele velho havia sido roubado e todos os seus pertences foram levados pelo homem alto e forte. O velho me respondeu que rezava por si mesmo, pois era ele velho que poderia estar no lugar daquele homem alto e forte.
3 Comments:
pois é,essa fabula rodriguiana é sabia e impiedosa com a vida urbana
abraços
otima!!!myra
Rodrigão,
Poderíamos ser nós nos sinais de trânsito vendo balas, cheirando cola, roubando...
Puta crítica e muito bom.
O Drummond embaixo também.
Não gostava de Drummond,mas hoje gosto de umas coisas dele sim. Foi um gigante como poeta!
Abraço.
Cássio Amaral.
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