1. Algum palhaço
apontou um revólver
e divulgou seu nome
ao matar um macaco
O macaco morreu
desconjurando
O palhaço ria
pela primeira vez
Tantos macacos
vieram para o enterro
dar pêsames às núpcias
do palhaço com a dor
2. A tromba do elefante
limpa banha molha
os animais menores
Tempestade e pi
po
ca
porque quando escrevo agora
tudo chora
E o barulho da chuva na janela
lembra o da pi
po
ca
na panela
E o elefante no circo
E os animais menores
lascivam estáticos
escrutam o trapézio
(a cadeira nas rodas do trapezista)
que quer vôo
mola motor motriz lágrima grinalda e véu
e vento
Chuva
molhando
o poema
Água daquele elefante branco
sem o nó na tromba
3. O transferidor se abre bailarina
em poucas cores
piruetas e montanhas russas
E os alvéolos avelãs
de delicados se esticam
na ponta dos dedos
Linha finita limítrofe elástica tensão máxima
Ou o poema:
dança nas ancas
dobras e dribles
corpo agulha
Penélope baila
Posted by Rodrigo de Souza Leão at 9:26 AM
1 Comment:
ainda bem que não tinha cão nesta história. velho, muito bão.
abração.
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