LAGOA.

a garça
disfarça-se de branco

para nuvem
ser

também silenciar

Saturday, January 31, 2009

SANTOS DUMMONT.

Olhou os céus
Caírem de si e caiu em si.
Caiu de uma gravata.
Para teto abaixo
Quando viu bombas
Caindo de um avião.

Na sua lembrança
O 14 bis
Decolou com um sonho
E naquela hora
E até hoje quando lembro dele

A compaixão me abraça
Com muita tristeza.
Quantos homens sãos
Ficaram loucos
E tiraram de si,
Sua maior violência.

O suicida não irá nunca
Para um lugar pior
Um santo
Deve estar com anjos
E trombetas brancas.
Quem inventou o Mal?

Friday, January 30, 2009

ORÁCULO.

De novo Proust vem me indagar:
o
q
é
pó-
ética?

Eu respondo a Proust:
pô-
Emma

Thompson dá um caldo

Descon-
verso/mudo/inconvexo
Afinal/ele é Proust e deveria
Saber tudo sobre tudo

Thursday, January 29, 2009

AINDA ESPERANDO UMA RESPOSTA.

Rio de Janeiro, 9 de setembro de 2005


Venho, por meio desta carta, pedir uma solução para o meu caso. Tenho um filho de 39 anos que é esquizofrênico e aposentado por invalidez. Rodrigo tem pânico de sair de casa devido a sua doença mental: esquizofrenia paranóica. Felizmente no meio familiar ele é lúcido e inclusive poeta. Desde sua aposentadoria sou sua procuradora junto ao INSS, através de procuração feita em casa, pelo cartório de Copacabana.
Fui ao posto Botafogo (Rua Paula Barreto) e está fechado. Fui ao posto Copacabana e me informaram que a procuração dele não pode ser revalidada. E não sabem para onde foram os seus papéis, não demonstrando boa vontade nenhuma em resolver o meu caso.
Será que é pelo fato de ele ser moço? Doença pode acontecer com qualquer um sem escolher uma idade.
Peço que me dê uma resposta de onde fazer tal reativação da procuração. Ele ganha pouco R$800, não é nada para quem tem muito, mas vale bastante como ajuda. Peço mais uma vez: me ajude!

Agradeço
Atenciosamente

Maria Sylvia V. de Souza Leão

Wednesday, January 28, 2009

JESUS CRISTO.

Cumprir alguns rituais se faz necessário
Eu sempre faço o sinal da cruz às seis horas
Isto porque sou Jesus às seis horas
Sou monoteísta em minha adoração
Só adoro a Jesus meu Deus
Só quando vou internado passo a adorar algum remédio
Então faço odes ao haldol e ao diazepan
Mas isso só quando eu vou internado
Dia sim e dia não
No dia a dia me chamo de Jesus Cristo
Alguém duvida disso?

Tuesday, January 27, 2009

NÃO SEI ESCREVER SONETOS.

Escrever um soneto com sono
que não tenha nenhuma rima
Deslocar alguma química em mim
Queria falar tanto de amor, mas

sem isso me sinto tão normal
Eu sei que você não gosta da flor
e eu não gosto do seu perfume
A linguagem do esgoto é o

que ficou para sempre entre
os dentes existe um buraco
para que eu me aceite como

Eu não sou aquilo que procuro
e isso é quase um hospício
Bebo o café num penico

Sunday, January 25, 2009

CONSIDERAÇÕES ALEATÓRIAS SOBRE ANIMAIS.

azul veludo sobre azul piscina
olhos que piscam o caribe inteiro
outro meteoro
outra crina de cavalo que voa sozinha
ele segura a cabeça de alguém
olhando mais de perto podemos ver o vírus
matamos seres vivos quando tomamos banho
ah, as bactérias e os mínimos seres que habitam a nossa pele
rubro olhar que exorciza o ritual
maconha e veias dilatadas do olho esquerdo
a tecla delete do computador
tem certeza que deseja deletar tudo ou
salvar como
ou cuspir na tela
ou ouvir Mozart
mais uma vez antes das cinco
que é a hora que você desmaia todo o dia
e não sabe se volta
com costeletas estranhas
estas de porco
o porco berra tanto quando é castrado
o porco berra e berra o porco que berra
e o homem ri e enquanto sorri se ferra
quem é a fera?

Saturday, January 24, 2009

AQUI.

Chove e estou lá
Ouvindo a chuva dos carros

Chove e eu estou lá
Comendo o meu escarro

Friday, January 23, 2009

POLO.




Receber a bola
De costas e 2
Metros antes
De acontecer
O gol de inglesa
É algo como
Viver o que fumo
Fumar o que vivo
E soltando o ar
Pulmão a pleno
De adolescente
Respirar uma
Pequena vitória
Ver a bola no
Fundo da rede
E enfrentar no gol
Toda uma parede

Thursday, January 22, 2009

EXTREMO.

diario 002.01 [Y alguna lucha habría de persistir en aquellos ojos que dudaban de todo. El policía César Amparo fue internado en el hospício.]

extremo

amparo ampara y duerme a pierna suelta
la onda que opera en él diazepan o lexotan

satán a su lado y del mío dios dormido
la mímica del algoz en su sonrisa limpia

cuanto de mi queda claro como la meada
que bebo a falta de agua y de espejismos

algún azul claro en el cielo pide que nuves
vengan a salvar las heces que ocasionalmente

ruedan como piedras que no crean limo
al sueño de Sabath cantando Born to be wilde

trepidan los locos y en el gardenal fluctuan
tontos tres veces al día todo dormido

césar amparo besa en la boca de Sabath
qué hombre no salta más que él ahora

Sabath comió una melena y escupe rizos
en la oreja del amparo algunos sostenes se calientan

son las puntas de los senos de Karina y sus muslos
anhelando mis manos que acarician el ralo

barbeado mal hecho por lo que restó de presto-
barba azul y barba roja y barba papa y

sonríe que te estoy filmando y va Serguiño y
va Serguiño y puta que lo parió cotia no

en la noche la oscuridad asciende la Rosiña
las orquídeas brotan en la belleza de los ojos

de la Luna llena que explota en el agua al sueño
del testículo de mármol molido por Alfonso

yo voy para Paracambí y tienes que comer sino
vas por Caju y metro Estácio y Tijuca y Paracambí

Vanessa mira los ojos en sangre del sargento
en el pico hiper-tensivo de un silbido demente

él lee cantando un texto que hizo ayer
para hoy ser leído en la dinámica de grupo de la Dra.

poco más vieja o mucho más nueva yo no
quiero nada que no sea el diseño de plata

en el arco de sonrisa de una loquita que recuerda
a mi madre y me da un beso y dice que niño

bonito que niño bonito que niño bonito

Ana es internada de mañana y amarrada en la cama
no mamá no come no nada y así como el

procurador mente brillante y brillantina en el cabello
demuestra que detesta electrodos en la testa pero adora

oir el funk carioca de la favela de minas paw
paulista big brother y casa de los artistas

café y leche con agua hirviendo en el coco legal
macarrón en el almuerzo y no comer gardenal

en la noche tiene juego de la selección y si la enfermera b
dejar dejará de nuevo la tv conectada a Globo

y a tí todo haber o a ver o habrá todavía
otro cielo y no los grandes de hierro cromado

engullendo la noche y la luna de Cortázar ahorcada
y escaldada entre la química cerebral y Dios

quien puede con un ateo quien quiere que sea yo
se que Ana duerme al pié de Alfonso y prensa la cama



Rodrigo Souza de Leão (1965). Sourpicios & Minds.
El autor mandó su trabajo a el pez náufrago para su publicación.
Traducción: Pedro González

Wednesday, January 21, 2009

SE O CÉU FOSSE UM HOSPÍCIO NINGUÉM TENTARIA O SUICÍDIO.

Às vezes
vezes acho
vozes

Tuesday, January 20, 2009

LOBOTOMIA

Na
Caixa
Craniana
Não há nada

Só o nada como artefato

Nada
Um peixe
E suas barbatanas

Homens dão viradas olímpicas
Nadam
E o nada continua ali

Vazio
Entre duas mãos
E o bisturi

Monday, January 19, 2009

OVO COR DE ROSA.

Olhar a casca do ovo
Achar que a casca é a gema
Fazer uma confusão de fato
e do poema uma algema

Criar algumas cicatrizes
como animais domésticos
Saber que a casca é delicada
e no fundo é algo hermético

Ir tirando a casca com calma
como quem arranca a própria alma
devagar feito um pelicano
Comer a gema de quem amo

Sunday, January 18, 2009

Eu não tenho medo de ninguém
Nem de Deus
Nem do diabo
Nem de fantasmas
Nem de camisas de força
Eu só tenho um medo
O de não ter medo de ninguém

Saturday, January 17, 2009

&.

Eu queria ser um Haldol
Um Rivotril
Um Litrisam
Um Leponex
Só assim eu seria
Para mim uma boa companhia

Thursday, January 15, 2009

JUNTOS.

A vida foi metrificada
Numa camisa de força
Ele e sua amada

Wednesday, January 14, 2009

IGUAL.

Aurélio que escreve igual a Marcus
Que escreve igual a Jota Borges
Que escreve igual a Luis
Que escreve igual a Agamenon
Que escreve igual à Laura
Que escreve igual à Ana
Que escreve igual a Marcus
Que escreve igual a Luis
Que escreve igual a Jota Borges
E você Rodrigo?
Não quer escrever igual a um amigo?

Tuesday, January 13, 2009

INTERNO RETORNO.

Eu ando em círculos e paro:
às vezes na metade do círculo.

O círculo é só um movimento
e o movimento é uma onda.

O círculo. O movimento. A onda.
São todos tão redondos assim

como quase um ovo que nunca
consegui colombar em pé.

Colombo é um nome cheio e redondo.
Desses que circula em círculos.

Desses que o mar traz para descobrir:
o movimento o Círculo a onda.

Tudo que faço é mesmo circular:
um ponto qualquer no infinito.

Um ponto também é um círculo.
Tudo é círculo, onda e mar.

Apenas alguma sarda que tinha
não era totalmente redonda.

Por que um círculo precisa
de um compasso? A Terra

nua no espaço é onda é mar
é círculo: sou eu no meu cubículo.

Monday, January 12, 2009

SOBRE TODOS OS CACHORROS AZUIS.

Diário de um louco cuja loucura não contamina a estrutura narrativa, toda ela sã, saudável, vendendo saúde ao leitor que a lê freneticamente, numa espécie de surto ante as peripécias de um enredo caoticamente construído. Sim, caoticamente construído, pois “Todos os cachorros são azuis”, de Rodrigo de Souza Leão, é um texto lúcido, bem elaborado, impregnado, aqui e acolá, do “(...) lirismo dos loucos”, do “lirismo dos bêbados”, do “lirismo difícil e pungente dos bêbedos”, do “lirismo dos clowns de Shakespeare”.

Sérgio de Castro Pinto

Saturday, January 10, 2009

REFORMA ORTOGRÁFICA.

A minha idéia não tem acento:
nunca teve
porque nunca tive ideia.
Essa porra do Word erra tudo.

Fotografei você na minha Roleflex.
Queimei o filme
e a reforma dos quartos
ficou pra depois.
(Como se pudesse prever
tudo que acontece antes: ontem).

Friday, January 09, 2009

Ela não mais
Sabe o que

O outono começou
Com calor

E outro corpo e outra mente

Brilha no vazio o que ficou
Não mais

Thursday, January 08, 2009

E-MAIL DE KOPROSKI SOBRE OS CACHORROS.

oi Rodrigo

Acabei de ler agora o teu livro. (comecei a ler esse fim de semana q estive finalmente livre). Puts, gostei bastante... Da profusão de vozes se entrelaçando, se atritando, delirando e se suavizando; do fantástico elenco de personagens, tanto da ilustre e elétrica presença do par coadjuvante Rimbaud e Baudelaire, quanto das estórias honestas e comoventes do circuito familiar; das intercaladas e ternas reminiscências de um menino azul aos olhos da pele do seu cachorro (e por conseqüência, aos olhos, imagino, de todos nós leitores); da prosa muito bem delineada, construída e dinamitada com a necessária força propulsora da poesia, esse secreto elixir inflamável prestes a acender e se alastrar a qualquer momento pela linguagem da narrativa, perturbando-a e desafiando-a; enfim, de todo esse incrível diário de bordo de palavras e estórias e pessoas vivendo ora sob esse mesmo sol diário ora sob uma iluminação espontânea e calculada de van gogh... Meu caro, é um grande livro. Parabéns!

um forte abraço

fernando koproski

Wednesday, January 07, 2009

RESENHA DE PAULA CAJATY.

- Leão, Rodrigo de Souza. Todos os cachorros são azuis. Rio de Janeiro: 7Letras, 2008.

As pelúcias de Rodrigo de Souza Leão.
"Abro 'Todos os cachorros são azuis' e, com ele, as portas para um mundo imagético bem elaborado, onde a fantasia se mescla à realidade em planos superpostos e estranhamente lúcidos.
O narrador, com a clarividência que lhe é possível através de suas lentes e filtros peculiares, é internado numa clínica para doentes mentais e mostra, com seu enfoque único, as belezas e tragédias da loucura.
Rodrigo não é o primeiro, nem será o último, escritor que porta uma doença mental. Antes, talvez tal condição apenas não fosse diagnosticada, de modo que tais autores podiam, livremente, criar e expor obras de rara excelência. No entanto, o reconhecimento público dessa condição e a aceitação do trabalho de Rodrigo é um passo firme na direção da superação da segregação e dos preconceitos, tanto pelas editoras como pelo público leitor.
As alternâncias de seus estados de percepção se assemelham a Dr. Jekyll e Mr. Hyde, pois a lucidez acompanha as bolinhas coloridas e, de alguma forma, o narrador sente uma certa melancolia ao tomá-las e ser obrigado, assim, a sair de seu ambiente lúdico para as limitações tediosas da razão.
Ler "Todos os cachorros são azuis" é resgatar uma infância proibida aos adultos, redescobrir a fluência de uma imaginação prodigiosa e rica, um humor essencial há tanto perdido e, ao mesmo tempo, constatar as atrocidades que são feitas em nome de uma suposta 'normalidade' padronizante do comportamento social esperado.
Poetas, artistas, loucos e crianças. No mundo da razão, no mundo da assepsia cultural imposta no século XX, tradicionalmente foram postos a par da racionalidade aceitável, pela exacerbação de sua sensibilidade em desconformidade com o padrão vigente. Nem sequer os auto-denominados movimentos vanguardistas foram capaz de romper as barreiras discriminatórias contra eles.
No século XXI, talvez sejam eles os responsáveis por uma mudança de paradigma, de linguagem, onde o sentimento não é mais contraposto à razão, mas sim sua complementação natural e imprescindível. Aceitando nossa humanidade primordial, com seus tantos defeitos, é Rodrigo quem nos ensina a criar uma nova religião, resgata um novo ideário fundante, nos ensina a ser um pouco mais poetas e artistas, um pouco mais loucos e crianças."

Tuesday, January 06, 2009

SEU CID.

Quando fui internado pela primeira vez (1989) fiquei no Carandiru. Era o nome que tinha o local onde fui internado. Foi ruim, mas foi bom. Lá fiquei num quarto com Seu Cid. Eu, bem nascido, não tinha o hábito de fazer minha cama. O bom Seu Cid fazia a cama pra mim. Ele não fumava, mas vivia catando papel de cigarro para fazer seus desenhos com giz de cera. Do meu e-book Síndrome, aí vai o poema que fiz para Cid.

cid


cid desenhava no vício dos outros
fazia retratos nos papéis de cigarros
tornava ouro embalagens fúteis

ele fazia da minha ressaca de sonhos
uma calmaria na minha cama rebelde
quando esticava os lençóis

cid não era tão louco assim
mas era muito mais louco que eu
diziam os doutores da lobotomia

cid não sabia escrever muito bem
e só desenhava com giz de cera
eram tão lindos retratos que sinto

saudades de mim e saudades de cid

Sunday, January 04, 2009

CACHORROS AZUIS, POR RODRIGO CAPELLA.

Que eu adoro animais de estimação, principalmente, os cachorros, isso todo mundo sabe. Só cães, tenho dois. Brutus, seis anos, é um yorkshire. Alemão, três anos, é um poodle brincalhão e sapeca. Não foi à toa, então, que o livro “Todos os cachorros são azuis”, de Rodrigo de Souza Leão, conquistou-me logo pelo título.
É lógico: pensei, de imediato, em pintá-los para dar uma alegria, um algo mais. Cachorros pretos e cinzas são chatos e sem graça. Canalhas! Os azuis devem ser mais divertidos. Peguei uma cerveja na mão direita; o livro na esquerda, como faço sempre, e abri, sem querer, na página 61: “por que putas são carentes e precisam de tanto amor? Eu não gosto muito de putas”.
Poesia marginal? Talvez! Mas, o mérito do autor está justamente em provocar com sabedoria e ainda fugir dos rótulos. Engana-se, portanto, quem tentar enquadrá-lo em qualquer tipo de prosa ou verso. Souza Leão tem traços sem limites, que brincam com o leitor, sem que o leitor perceba disso: “outro grito de terror. Roubaram-me alguns folhetinhos crentes e mais mil dólares. Eu começava a desconfiar de minha sombra”.
Traços que parecem transmitir um sentimento sobrenatural de buscar outros elementos e também de querer simplesmente se expressar, procurando sentimentos cotidianos, tão notórios e simples: “o que é solidão? É viver sem obsessões. Mas na vida às vezes a gente tem que escolher entre esmurrar a ponta de uma faca ou se deixar queimar no fogo”.Virando mais algumas páginas, o personagem se revolta e desabafa: “fui obrigado a estar aqui. Não queria vir. Não quero ficar, porra!”. E, é claro, provoca: “no mundo de fora, procuro no obituário todo dia meu nome. Já decici: não quero ir ao meu enterro. Como será o céu dos objetos?”.
Como será? Não sei. Mas, posso dizer que livros como esse já nascem bons, antes mesmo de memorizarmos todo o conteúdo. Desafiar as regras literárias e gramaticais não é para qualquer um. Só poucos – como Souza Leão – as conhecem e sabem quebrá-las com elegância. Viva os cachorros!
(*) Rodrigo Capella é escritor, poeta e palestrante. Autor de vários livros, entre eles “Transroca, o navio proibido”, que está sendo adaptado para o cinema pelo diretor Ricardo Zimmer. Informações: http://www.rodrigocapella.com.br/

Saturday, January 03, 2009

PRA COMEÇAR O ANO MAL.

Às vezes eu fico pensando o porquê minha vida tomou esse rumo. E chego à conclusão que não foi só minha culpa. A culpa foi só minha. A culpa foi de todos. A culpa foi da puta. A culpa foi da vida. Mas foi minha mais. Eu sou o grande culpado. Um idiota. Sinto-me um idiota. Só. Numa estrada sem sinal. Sem placas. Andando como aquele menino que aos quinze anos engoliu um grilo.

Friday, January 02, 2009

 
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