primeira masturbação
esquinas de horizonte deflagravam
os olhos biônicos da aurora
- sedutora mendiga andrajada de estrelas
e foi passando pelas ruas de aurora
que contornei todo violão de sua forma
toda a guitarra de sua voz
então busquei o amor de olhos faroleiros
e ao invés de me iluminar, se iluminaram
e eu me perdi enquanto apagava o mar
eu ia naufragando em sua saliva salgada
foi quando respirei as vogais de sexo
e ereto olhei pro teto que gozava em mim
a parteira
em seu oculto olhar
atrás dos óculos rayban
estará o lúgubre de orelhas
a fauna habitual de um olho
e a natureza de um ser humano
em seu oculto olhar
há uma mulher que ama
há um homem que desaba
e um triste sonho de viver
com alguém que não te ama
em seu oculto olhar
há um oculto arco-iris
e um velho aeroilis de vovô
e a remington de everaldo
e muitos sonhos de que serei
em seu oculto olhar
há uma louca conjutivite
e uma barriga de filho vindo
e uma bacia de água
e muitos sonhos em que sou
TANTO
LENTO
MINTO
PONDO
FUNDO
Descobrir liberta
1
Raios perpassam a clarabóia inundando
de luzes difusas os bancos
onde sentadas senhoras oscilam
entre cruzar e descruzar as pernas magras
revestidas de laicra cinza
Seus lascivos gestos excitam os hormônios
desavisados e menos perscrutadores
Senhores reparam nas senhoras de mãos rudes
e pintadas nas extremidades híbridas
2
Descoberta, a pólvora se espalha
E os sobressaltados inalam o cheiro forte
do perfume das drags
em discussão assexuada
O fedor só finda quando a brisa infinda
(e fresca) liberta o ambiente em espanadas
apalpando bundas e pernas
agora argoladas e pós-cedidas
de bolas cinzentas nuvens
Como prender as nuvens?
Ressaca
Ao olhar a bússola, o Horizonte se perde
deixando rastros de dia naquelas nuvens
O silêncio acaba com a chuva de
pedras azuis, amarelas, grenás, turquesas
As vagas deformam o manso pélago
Os aqueus entoam velhas canções
e Poseidon acalma as vagas
que agora marolam no olhar de Capitu
poemas.
Posted by Rodrigo de Souza Leão at 2:59 PM
0 Comments:
Post a Comment