Guelras e silêncio. As formigas passeiam pelos peixes. Jonas e sua baleia estão expostos. À mostra, toda a tradição. Estandartes nas mãos. Crianças começam a cantar o estribilho do hino nacional. As bandeiras se masturbam no vento. Poetas discutem a complexidade do mundo sem complexidade. O hino é belo e a flâmula é verde e amarela. Eu só queria romper a bolha que me prende a esta casa e a estes metros quadrados. Eu iria à feira ver os peixes mortos. Sentir o odor fétido das sardinhas expostas. E não ler em algum lugar que tudo está à venda. Inclusive as cabeças dos líderes da oposição poética. Um a um decapitados por serem apenas diferentes.

Wednesday, July 30, 2008

3 Comments:

Cássio Amaral said...

Guilliotin o médico humanitário na guilhotina!

Flávio Corrêa de Mello said...

Olá Rodrigo,
Além de ser extremamente rico em imagens, este texto tem um tom que me comoveu. Há sons, cheiros e "pequenos painés" que compõe um espectro (mosaico) bem resolvido no final, pois afinal quem "somos" os poetas decapitados?
Te convido a ler um texto-post Livraria que publiquei no meu blog. É possivel que as nossas literaturas dialoguem.

abraços

ps- Localizei teu trabalho a partir da entrevista que fizeste com o Márcio-André.

Anonymous said...

é pintura renaascentista, é halucinação pictórica de Salvador Dali, é mais genial que o Retrato de Mulher de Picasso, é obra prima do poeta Rodrigo, que todos o aplaudem!

 
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