Mas nada faz com que o pterodátilo em minha boca lata. Nada como a busca por labirintos novos. Alguém algum dia me entenderá e já é tarde. Hoje é passado. Outro enigma percorre – feito scan – o meu panorama. Ela está deitada com um labirinto na cabeça. Com dor de cabeça. Depois de ter tocado o corpo dela e perfurado seu tímpano, percebi que era culpado. Por que matar alguém é tão fácil? Difícil é percorrer os corredores a procura de uma colisão. Outro trem que venha vindo tão rápido em direção contrária. Alguém pra amar é o que todos buscam. E eu só quero me esconder num outro corpo. Como se cada dia passasse assim tão rápido que já é ontem. Depois de ontem é hoje. Agora quero bocejar porque não dormi. Por que matar alguém é tão fácil. É só deixar que alguém se mate. Calibro o tempo e ponho uma bala no passado. Miro você e aquela estátua e acerto nela. Agora é comigo e você. Só algum décimo de segundo me assalta. Sou inacabado. Em processo. Vivendo duas vidas em você. Aquele que você queria que fosse e o que eu sou e sinto que não sou suficiente. Sufoco o prisma de sua fala em ré menor. Quem sabe calada diga mais do que o rádio da polícia e possa descobrir porque você morreu naquele dia, naquela hora, naquela parte da cidade escura. Tomo um milésimo de segundo. Bebo o retrocesso. Esta manhã está apagada. Depois de tudo nada aconteceu. Só estou um pouco nervoso e me falta só um miligrama. Eu acordo você e eu saio. Em direção contrária a sua. Quem sabe o labirinto esteja aí para todos verem por um segundo o que querem. Quer se ver no outro. Querem amar o outro, mas o que acontece é o oposto. Algum ser tosco e brutal pode corromper o silêncio como quem tira da vida o sangue todo o sangue. Alguma opção melhor do que sentir você sangrando em mim?

Thursday, April 03, 2008

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