Tantos baiacus
voando cócegas
Tantos meninos
engordando
Quantos ventos
lutando na biruta
Voando cócegas
quantos céus em mim
Baiacu engordando
explode infinitos
Posted by Rodrigo de Souza Leão at 5:14 PM 0 comments
Posted by Rodrigo de Souza Leão at 8:24 AM 4 comments
1. Abrolham vulcões pela pele
Erupções compõem
o amarelo
Elos de luz
Pus em pus
2. Cavalo sem crina
branco
Cuspindo falésias de
seda turquesa
Todavia o mar bordejando
aspergindo
gotas
Água de calor
vulcânica quase ar
Quasar
Pulso móbiles redoma
Aquário de fumaça
Cospe sombras
cadências cardantes
Cabelos crinas d’éguas
Bolas de sabão
explosão
3. Fios de ouro
preto
virando olhos
claros
Fumaça, fuligem
cinzas
apenas tragadas
d’eu(s)
4. Deitado olho céu
Magma jorra
da jarra – corpo
copo de cinza
5.Gatos lambendo
a pele de filhotes
Morreram na guerra
Dromedram desertos
Gatos miragens
Nesgas de aurora
Intermináveis dores
erupções e mordiscos
Vulcões bons apenas
quando mortos
Estou comendo crepúsculos
6. Brisa maquinal
Matina eterna
Vento de bolso
Barcos velejando
Miragens aquosas –
Sopro endêmico
mixando suores
Odores espinhas
Rugas melecas
Despojos restos
Andrajos orgânicos
Verdadeiros oceanos
de frios sonhos
Pesadelos e infernos
7. Rastafári safári
em mim
Elefantes trombetas
esporrando
Sangue saliva
seiva e pus
8. Via Delfos delfins
e hienas
E sua cria de corvos
amestrados bicavam meu ventre
arrancavam palha pulhas palha
palhaços
Thursday, August 17, 2006
Posted by Rodrigo de Souza Leão at 9:06 AM 1 comments
ESTRELAS
Os anjos estão dispostos a nos ajudar
É meia–noite e eu me divido em três
Sou o cavalo branco diante do abismo
E o morcego que vê na escuridão
E a esfinge que baba sêmen
Alguns corvos estão a nos olhar
O nosso longo beijo de compreensão
E a morte tão próxima quanto o medo
De que um anjo vire uma verdade suspensa
E assim se enforque com a própria luz
E um anjo enforcado é mais um aviso
De que a voz que escuto em mim
Continuará a pedir ajuda a todos
Haverá então o encontro das trevas com a noite
E eu ouvirei outras vozes além daquela
Que dirão que tudo está no início
E o universo ainda não copulou com a terra
E o dia que isto acontecer
Será o início de uma nova era
Será noite de dia e de noite
E os zumbis jogarão xadrez com o resto
De corpos mutilados
E o fogo inundará as pradarias
Aí os loucos estarão todos livres
Por que todos estarão loucos
Friday, August 11, 2006
Posted by Rodrigo de Souza Leão at 2:38 PM 3 comments
diário 002.01 [E alguma luta haveria de persistir naqueles olhos que duvidavam de tudo. O policial César Amparo foi internado no hospício.]
extremo
amparo ampara e dorme de vaga aberta
a onda que opera nele diazepan ou lexotan
satã ao seu lado e do meu deus dormindo
a mímica do algoz em seu sorriso limpo
quanto de mim fica claro como o mijo
que bebo na falta d,água e de miragens
algum azul claro no céu pede que nuvens
venham salvar as fezes que ocasionalmente
rolam como pedras que não criam limo
ao som de Sabath cantando Born to be wilde
trepidam os loucos e no gardenal flutuam
bolas três vezes ao dia todo dormindo
césar amparo beija na boca de Sabath
que homem não pula mais que ele agora
Sabath comeu uma juba e cospe vírgulas
na orelha de amparo alguns sutiãs se aquecem
são os bicos dos seios de Karina e suas coxas
anelando minhas mãos que cofiam o ralo
barbeado mal feito pelo que restou de presto-
barba azul e barba vermelha e barba papa e
sorria que estou te filmando e vai Serginho e
vai Serginho e puta que o pariu cotia não
na noite a escuridão acende a Rocinha
as orquídeas brotam na beleza dos olhos
da Lua cheia que explode na água ao som
do testículo de mármore moído por Alfonso
eu vou pra Paracambí e tem que comer senão
vai pro Caju e metrô Estácio e Tijuca e Paracambí
Vanessa olha os olhos em sangue do sargento
no pico hiper-tensivo de um assobio doido
ele lê cantando um texto que fez ontem
para hoje ser lido na dinâmica de grupo da Dra.
pouco mais velha ou muito mais nova eu não
quero nada que não seja o desenho de prata
no arco do sorriso de uma doida que lembra
a minha mãe e me dá um beijo e diz que garoto
bonito que garoto bonito que garoto bonito
Ana é internada de manhã e amarrada na cama
não mama não come não nada e assim como o
procurador mente brilhante e brilhantina no cabelo
atesta que detesta eletrodos na testa mas adora
ouvir o funk carioca da favela que minas pow
paulista big brother e casa dos artistas
café e leite com água fervendo na cuca legal
macarrão no almoço e no jantar gardenal
na noite tem jogo da seleção e se enfermeira b
deixar deixará de novo a tv ligada na globo
e vc tudo haver ou a ver ou haverá ainda
outro céu que não as grades de ferro cromado
engolindo a noite e alua de Cortazar enforcada
e escaldada entre a química cerebral e Deus
quem pode com um ateu quem quer que seja eu
sei que Ana dorme no pé de Alfonso e presa a cama
babam e babam e babam enquanto tremo pedindo
piportil ou acneton ou a hóstia e a extrema unção
Monday, August 07, 2006
Posted by Rodrigo de Souza Leão at 1:53 PM 2 comments
1. Pânico no circo
aladodas têmporas
Endorfinas macaqueando
a goiabada pineal
Volts em volta
Eletrodos todos
De branco culpados
culpas pecados
Haldol no leite
Ralo do tempo
Clitóris de plástico
na sopa de adrenalina
2. Nódoas nuas cristalizadas na nuca
Nunca injete tudo
3. Camisa sem mão sem mangas
Nos olhos apenas antolhos
Na janela áurea de peristilos
punção de morte fode
4. Peixes fisgando anzóis comicham no corpo
Baleias de chupeta
5. Na veia sossegada o leão caminha
inválido de juba cortada, cuspindo
vida curta
Em curto circuito fechado
faixas vendas ferem as paredes
Sem degraus as pilastras
Sem grade degrade
Degradado de sol
de lua
Chuva desbotada
Eletrochoque natural
Enguias guiam os volts
na cabeça dos cegos de si
Thursday, August 03, 2006
Posted by Rodrigo de Souza Leão at 6:02 PM 2 comments