a mosca

a mosca é foda
antípoda: poda

voa na neurose
no soslaio de tempo

a mosca oblíqua pousa
numa banana

a mosca é fétida
como o sentimento da asa

que centímetro se fecha
milimetro se abre

no ziper do poema

britadeira no ouvido
arrepio

a mosca é um rio
que cospe glandes

e girassóis
a mosca está em nós

ou estará no rosto absorto
do morto

contrito, duro
naquele escuro que só vôo

Tuesday, October 03, 2006

4 Comments:

Anonymous said...

O poeta
é um pássaro
que voa
por pântanos escuros
em busca da palavra.

rodrigo,muito bom como todos de sempre!

Anonymous said...

Cara, este está incrível! Que poema, que poema!!!

Sds

Anonymous said...

tão bom que vou colocar no meu blog
www.aliasrevista.net
beijos

Anonymous said...

tão bom que vou colocar no meu blog
www.aliasrevista.net
beijos

 
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