1. Abrolham vulcões pela pele

Erupções compõem
o amarelo

Elos de luz
Pus em pus

2. Cavalo sem crina
branco

Cuspindo falésias de
seda turquesa

Todavia o mar bordejando
aspergindo

gotas

Água de calor
vulcânica quase ar

Quasar

Pulso móbiles redoma
Aquário de fumaça

Cospe sombras
cadências cardantes

Cabelos crinas d’éguas
Bolas de sabão

explosão

3. Fios de ouro
preto

virando olhos
claros

Fumaça, fuligem
cinzas

apenas tragadas
d’eu(s)

4. Deitado olho céu
Magma jorra

da jarra – corpo
copo de cinza

5.Gatos lambendo
a pele de filhotes

Morreram na guerra

Dromedram desertos

Gatos miragens
Nesgas de aurora

Intermináveis dores
erupções e mordiscos

Vulcões bons apenas
quando mortos

Estou comendo crepúsculos

6. Brisa maquinal
Matina eterna

Vento de bolso

Barcos velejando

Miragens aquosas –

Sopro endêmico
mixando suores

Odores espinhas
Rugas melecas

Despojos restos
Andrajos orgânicos

Verdadeiros oceanos
de frios sonhos

Pesadelos e infernos

7. Rastafári safári
em mim

Elefantes trombetas
esporrando

Sangue saliva
seiva e pus

8. Via Delfos delfins
e hienas

E sua cria de corvos
amestrados bicavam meu ventre

arrancavam palha pulhas palha
palhaços

Thursday, August 17, 2006

1 Comment:

Anonymous said...

Erupções muito boas as suas. imagens fortes, cortantes. velho, eu adoro sua poesia brother.
tem um verso meu pra santa puta da minha cidade: Dona beja no meu blog.
P.s. um dia espero conhecê-lo e tomar umas cervejas com vc.
Abração e muita saúde.

 
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